Disciplina - Educação Física

Goalball

Histórico do Goalball Classificação Regras

Histórico do Goalball

O goalball foi criado em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Reindle, que tinham como objetivo reabilitar veteranos da Segunda Guerra Mundial que perderam a visão. Nos Jogos de Toronto (1976) sete equipes masculinas apresentaram a modalidade aos presentes. Dois anos depois teve o primeiro Campeonato Mundial de Goalball, na Áustria. Em 1980 na Paralimpíada de Arnhem, o esporte passou a integrar o programa paralímpico. Em 1982, a Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA) começou a gerenciar a modalidade. As mulheres entraram para o goalball nas Paralimpíadas de Nova Iorque, em 1984.

A modalidade foi implementada no Brasil em 1985. Inicialmente, o Clube de Apoio ao Deficiente Visual (CADEVI) e a Associação de Deficientes Visuais do Paraná (ADEVIPAR) realizaram as primeiras partidas. O primeiro campeonato brasileiro de Goalball foi realizado em 1987.

A seleção brasileira masculina conquistou uma medalha de prata no Parapan de Buenos Aires, em 1995. Na Carolina do Sul, em 2001, as mulheres conquistaram o bronze no Parapan-Americano, enquanto a seleção masculina ficou com o quarto lugar. Em 2003, as atletas brasileiras foram vice-campeãs no Mundial da IBSA, disputado em Quebec, no Canadá. Com isso, o Brasil se classificou para uma edição dos Jogos Paralímpicos pela primeira vez. Em Pequim será a estréia da seleção masculina em uma Paralimpíada.

Ao contrário de outras modalidades paralímpicas, o goalball foi desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência – neste caso a visual. A quadra tem as mesmas dimensões da de vôlei (9m de largura por 18m de comprimento). As partidas duram 20 minutos, com dois tempos de 10. Cada equipe conta com três jogadores titulares e três reservas. De cada lado da quadra tem um gol com nove metros de largura e 1,2 de altura. Os atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. O arremesso deve ser rasteiro e o objetivo é balançar a rede adversária.

A bola possui um guizo em seu interior que emite sons – existem furos que permitem a passagem do som – para que os jogadores saibam sua direção. O Goalball é um esporte baseado nas percepções tátil e auditiva, por isso não pode haver barulho no ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o reinício do jogo. A bola tem 76 cm de diâmetro e pesa 1,250 kg. Sua cor é alaranjada e é mais ou menos do tamanho da de basquete. Hoje o goalball é praticado em 112 países nos cinco continentes. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Deportos para Cegos (CBDC).

Classificação


Nesta modalidade os atletas deficientes visuais das classes B1, B2 e B3, competem juntos, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem acuidade visual parcial. Aqui também vale a regra de que quanto menor o código de classificação, maior o grau da deficiência. Todas as classificações são realizadas através da mensuração do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema. Todos os atletas, inclusive das classes B2 e B3 (com visão parcial), utilizam uma venda durante as competições para que todos possam competir em condições de igualdade.

B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção. B2 – Lutadores que já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus. B3 – Os lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.
Este conteúdo foi acessado em 08/01/2010 do sítio: Comitê Paralímpico Brasileiro. Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor da matéria.

Regras Básicas


Quanto às regras, o mais corriqueiro, em se tratando de esportes adaptados, são as pequenas adaptações em modalidades historicamente tradicionais como o futebol, o voleibol, o basquetebol, o atletismo, a natação, entre outras, para atender às especificidades de cada deficiência. O caso do goalball é diferenciado em relação a estas modalidades. Como visto anteriormente, ele foi criado para atender às características específicas das pessoas com deficiência visual, fato que dificulta o seu entendimento e visualização por pessoas que o desconhecem. Desta feita, essa parte do texto não se prenderá às minúcias da regra, mas tentará clarificar o entendimento e a compreensão do jogo.

Bola A circunferência da bola oficial de goalball assemelha-se muito à bola de basquetebol, mas o peso é maior. Pesa 1,250 kg e não possui enchimento (câmara de ar), fato que a mantém em maior contato com o solo. Ela é feita de uma borracha espessa, é oca e tem pequenos orifícios em sua superfície para potencializar o som produzido pelos guizos internos quando entra em contato com o solo ou quando é rolada.

Quadra As dimensões oficiais da quadra são 18m de comprimento x 9m de largura em formato retangular. Toda a marcação da quadra no solo é feita em alto relevo (barbantes sob fita adesiva) para permitir a orientação tátil dos jogadores. As metas, balizas ou gols ficam sobre as linhas de fundo da quadra e medem 9m de largura x 1,30m de altura. Cada metade da quadra é dividida em três áreas de dimensões idênticas: área neutra, área de ataque (ou de lançamento) e área de defesa.

A área neutra é o espaço que separa as áreas destinadas às atuações das equipes. A área de ataque (ou de lançamento) limita a ação ofensiva das equipes. O primeiro contato da bola com o solo, após o lançamento dos jogadores, deve acontecer obrigatoriamente até a linha que separa a área de ataque da respectiva área neutra da meia-quadra de cada equipe, para que os defensores tenham tempo de ouvir e perceber a trajetória da bola lançada.

A área de defesa cerceia as ações defensivas. Somente é permitido aos jogadores efetuarem a defesa das bolas lançadas pelos adversários com parte do corpo em contato com esta área. Sendo esta área o principal ponto de referência para a orientação espacial dos jogadores, existem diferentes marcações (linhas táteis) em seu interior diferenciando-a das demais áreas. São as linhas do ala esquerdo, do pivô e do ala direito.

Jogadores Cada equipe é composta de três jogadores em quadra e até três reservas. São permitidas três substuições, não se contabilizando como parte dessas três possíveis as substituições realizadas no intervalo. Ao entrarem em quadra, os atletas devem estar devidamente bandados e vendados para que não haja desigualdade de condições entre os que não enxergam e os que possuem algum resíduo visual.

Tempo A duração da partida é de dois tempos de dez minutos com três minutos de intervalo entre eles. É permitido o pedido de até três tempos técnicos por equipe, com duração de quarenta e cinco segundos cada um.

Infrações As infrações invertem a posse de bola durante a partida. Elas são marcadas quando os jogadores:
1) não esperam a autorização do árbitro para lançar após qualquer interrupção da partida (premature throw – lançamento prematuro);
2) tentam passar a bola para o companheiro e jogam-na para fora da quadra (pass out – passe fora);
3) defendem a bola lançada pelo oponente, mas ela retorna à meia-quadra adversária ultrapassando a linha de centro (ball over – bola perdida);
4) outras situações.


Penalidades As penalidades podem ser individuais ou coletivas. Em ambos os casos, somente um jogador da equipe penalizada permanece em quadra para defender o tiro livre. Na ocorrência de penalidades individuais, o jogador que a cometeu deve permanecer em quadra para defendê-la. Em caso de penalidades coletivas, o jogador que realizou o último lançamento de sua equipe antes do pênalti deve defendê-la.

São exemplos de penalidades individuais:

1) o lançamento em que a bola tem seu primeiro contato com o solo após a área de ataque (high ball – bola alta);
2) o terceiro arremesso consecutivo de um jogador da mesma equipe (third time throw – terceiro arremesso consecutivo);
3) defender a bola fora da área de defesa da meia-quadra de sua equipe (illegal defense – defesa ilegal);
4) outras.

Penalidades coletivas:

1) Demorar mais de dez segundos para arremessar a bola após o primeiro contato defensivo (ten seconds – dez segundos);
2) atrasar o início ou o recomeço da partida (team delay of game – atraso de jogo da equipe);
3) outras.


Arbitragem No goalball, os árbitros têm uma função extra além de apitarem os jogos. Eles também são responsáveis por comandar o jogo, numa espécie de narração para que os jogadores compreendam o que está ocorrendo na partida e para facilitar o entendimento da torcida, que, na maioria das vezes, é formada por pessoas com deficiência visual. Mesmo que os jogadores mais experientes saibam o que está se passando em quadra, os árbitros são imprescindíveis para a reposição rápida da bola e para o saneamento de qualquer dúvida possível, organizando a dinâmica em quadra.

Na versão oficial, são onze árbitros no total:

1) dois árbitros principais (um de cada lado da quadra);
2) quatro juízes de linha (um em cada quina da quadra), responsáveis pela reposição de bola;
3) cinco mesários com funções de cronometragem, marcação dos arremessos, substituições, tempos técnicos, controle de penalidades etc.

São os dois árbitros principais que orientam a dinâmica do jogo, estabelecendo certa ordem por intermédio de comandos padronizados na língua inglesa. Mesmo nos campeonatos realizados no Brasil, são utilizados os comandos em inglês, visando a facilitar o entendimento dos atletas do país em eventos internacionais. São exemplos da utilização de comandos básicos:

1) iniciar ou reiniciar a partida após qualquer interrupção (play – inicia/joga);
2) indicar que o lançamento foi para fora da quadra sem tocar em nenhum jogador oponente (out – fora);
3) indicar que a bola lançada saiu de quadra após ser bloqueada pelo defensor. A posse de bola ainda é da equipe que a defendeu (block out – bloqueio fora).

Este conteúdo foi acessado em 26/05/2011 no Manual de Orientação para Professores de Educação Física. Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor da matéria.
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