Disciplina - Educação Física

Corridas de Aventura



Origens e histórico

As origens das corridas de aventura estão ligadas à corrida multiesportiva (corrida em montanha, canoagem e mountain biking) realizada na Nova Zelândia, chamada Coast to Coast. A primeira edição aconteceu em 1980 e foi o primeiro evento multiesportivo realizado junto à natureza. A corrida foi criada durante uma conversa em que os interlocutores souberam que os Norte Americanos estavam criando um desafio selvagem, o próximo passo na procura interminável do desafio e conhecimento do limite humano. Com o intuito de vencer o americanos, a Coast to Coast e outra corrida conhecida como Alpine Ironman foram criadas. Logo depois os americanos lançaram o Alaska Mountain Wilderness Classic, com início em 1983. Enquanto o Coast to Coast se tornou um dos mais prestigiados eventos multiesportivos, o Alaska Mountain Wilderness não ficou muito conhecido.

O próximo passo foi a criação do Raid Gauloises (comumente conhecido como Raid), realizado pela primeira vez na Nova Zelândia, em 1989, e a primeira corrida multiesportiva de longa duração em que foi exigido a formação de equipes mistas. Criado por Gerard Fusil, o Raid rapidamente popularizou as corridas de aventura na Europa (principalmente na França, país de Fusil), Austrália e Nova Zelândia, através do Marketing de empresa de Fusil.

Para muitos o evento foi visto como o maior teste da resistência humana. O Raid Gauloises, hoje chamado Raid World Championship, passa por locações diferentes em todo o mundo anualmente e deixou um espaço no país de criação do esporte para a criação de outra corrida, o Southern Traverse. Realizado desde 1991, o Southern Traverse procura manter o verdadeiro espírito das corrida de aventura estabelecidos pelo Raid, mas em um período mais curto, entre 3 e 5 dias.

Apesar de ser bastante conhecido e ter um rápido crescimento na Europa, Austrália e Nova Zelândia, o esporte era praticamente desconhecido na América do Norte. Até o momento em que Mark Burnett, empresário e competidor de duas edições do Raid Gauloises, criou o Eco-Challenge e firmou parceria com o Discovery Channel para transmitir o evento em todo o mundo. A primeira corrida aconteceu em Utah em 1995 e conseguiu alcançar o mesmo status do Raid. Desde então o Eco-Challenge foi realizado na Colúmbia Britânica, Marrocos, Argentina, Malásia, Nova Zelândia e a última edição aconteceu em Fiji, em 2002. Desde então muitas corridas surgiram em todo o mundo, principalmente os eventos com 1 e 2 dias de duração.

Em 2001 foi criado o AR World Championship, com o objetivo de organizar o esporte no mundo e definir um campeão mundial do esporte. Ao mesmo tempo foi criado o AR World Series, com a escolha de provas ao redor do mundo que servem como seletivas para a grande final, realizada em um país diferente a cada ano.

No mesmo ano em que aconteceu a última edição do Eco-Challenge, foi realizado nos Estados Unidos a primeira edição do Primal Quest, oferecendo uma das maiores premiações das corridas de aventura internacionais (US$ 250.000,00) e atraindo equipes de todo o mundo. Após a quarta edição, realizada em 2006 em Utah (em 2005 não houve corrida), a organização divulgou que nos próximos anos a corrida passaria a ser itinerante e será realizada em um local diferente do mundo a cada ano, ocupando o espaço deixado pelo Eco-Challenge. Até essa edição todas as provas foram realizadas em solo norte-americano.

Existem muitos indícios na história humana pela procura do desafio final. E a cada objetivo alcançado, um evento novo e maior é organizado. Para alguns, a corrida de aventura representa o próximo passo pela procura ao desafio final. Quando as pessoas sentiram que a maratona estava se tornando "fácil", o triatlon foi criado. Quando todos estavam ficando cansados do triatlon, foi criado o Ironman, o maior dos triatlons. Agora as pessoas passaram a completar dois Ironmans e ultramaratonas, enquanto outras seguiram para as corridas de aventura. Mas as corridas de aventura é muito mais do que aumentar as distâncias e dificuldades físicas. Uma nova geração do esporte foi criado com a exigência de mais habilidade técnica, estratégia e planejamento.

De início, a corrida de aventura é uma oportunidade das pessoas se desafiarem. É uma chance de testar seus limites ou até mesmo redefinir seus limites. Há muito mais nas corridas de aventura do que estar em forma.

Qualquer um que queira testar seus limites pode participar de uma corrida de aventura. De fato, você não precisa terminar uma corrida para colher os louros, porque não são todos os percursos que são montados para que todos os participantes terminem. De 71 equipes que largaram no Eco-Challenge 1996 (Columbia Britânica), apenas 14 completaram a corrida e apenas 4 fizeram o percurso completo.

Este conteúdo foi acessado em 15/02/2011 no sítio href="http://www.adventuremag.com.br/descrico.php">adventuremag . Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor da matéria.

ícone voltar ao topo
Voltar ao topo

Modalidades mais comuns


Corridas de aventura, ou competições multiesportivas, são competições que envolvem várias modalidades de esportes de aventura. em geral são realizadas em ambiente natural e têm como característica uma logística complexa, tanto na organização dos eventos como na formação e preparação das equipes de atletas. Por envolver muitas atividades esportivas, a quantidade de equipamentos utilizada pelos atletas é grande e a maioria é requerida obrigatoriamente pela organização da prova.

Não há um formato obrigatório, mas o mais utilizado é com equipes de dois a quatro atletas que precisam percorrer um trajeto marcado em mapas e cartas topográficas que são fornecidos pela organização do evento.

Modalidades mais comuns nas corridas de aventura:

  • Trekking - Corrida ou caminhadas longas em trilhas ou estradas, vencendo desníveis topográficos.
  • Mountain Bike - Trecho percorrido em bicicleta.
  • Canoagem - Trechos de rios, mar ou lagos percorridos em canoas, caiaques ou balsas de rafting. Algumas vezes os atletas disputam a modalidade de boia-cross ou aqua-ride, que é a descida de corredeiras montados em boias de caminhão amarradas em formato de bote.
  • Atividades verticais - Desníveis verticais a serem transpostos utilizando-se de técnicas de escalada - tirolezas, ascenções ou rapéis.

Durante toda a corrida, ainda é necessário se utilizar de conhecimentos de orientação e navegação para poder passar pelos postos de controle, os PCs, marcados no mapa, tomando os caminhos mais curtos ou mais rápidos e registrando a passagem da equipe no local definido pela organização em ordem cronológica.

As competições podem ser classificadas de acordo com o tempo e distância total percorrida pelas equipes. As corridas podem ter de 40 a 400 km e durarem de algumas horas a vários dias e em muitas competições é somente a menor parte das equipes inscritas que consegue completar a prova.
(Fonte: http://www.corridasdeaventura.com/corridadeaventura.php)

ícone voltar ao topo
Voltar ao topo

Glossário nas corridas de aventura


AT - Local onde acontece a troca de uma modalidade para outra. A parada no AT é o momento em que a equipe para para comer algo (com ou sem o auxílio da equipe de apoio), além de trocar e conferir equipamentos.

Apoio (equipe de) - Duas ou três pessoas encarregadas de cuidar da organização do equipamento, da alimentação, das roupas, do carinho e das palavras de ânimo nas transições. Tem sido cada vez menos solicitada nas corridas brasileiras.

Categorias - As corridas de aventura brasileiras, na maioria dos casos, contam com duas categorias:

  • Expedição, onde figuram as equipes que tenham cumprido o trajeto completo da prova,
  • Aventura, quando as equipes passaram por cortes no percurso e fizeram um itinerário menor.

Carta - Mapa - geralmente é entregue à equipe no dia anterior à largada.

Capitão - Líder do time. Isso não significa, no entanto, nenhuma forma de hierarquia, mas sim uma necessidade de se ter uma pessoa para coordenar o ritmo das demais.

Corte - Redução do trajeto da prova, que acontece em hora e local (sempre um PC ou AT) determinado previamente pela organização da prova. As equipes que chegarem após esse horário devem cumprir um trajeto menor e caem para a categoria imediatamente inferior.

Dark Zone – Interrupção da prova durante a noite. No Brasil, a maioria das provas acontece em sistema non-stop, ou seja, sem dark zone.

Fiscais - Profissionais responsáveis por conferir equipamentos e checar passaportes a cada PC ou AT.

GPS - Sigla de Global Position Satellite, ou Satélite de Posicionamento Global. Equipamento eletrônico que determina a localização exata de um ponto específico, através de suas coordenadas. Também pode mostrar altura, temperatura e velocidade do vento. Não é permitido seu uso nas corridas brasileiras. Entretanto, nas corridas mais longas, um exemplar é entregue lacrado às equipes, para ser usado apenas em caso de resgate.

Passaporte -
Cartão que deve ser assinado ou carimbado pelo fiscal a cada Posto de Controle (PC) ou Área de Transição (AT). A equipe deve mantê-lo sempre com o capitão, e conferir sua presença junto ao equipamento obrigatório antes de iniciar cada uma das pernas da prova. Um passaporte desaparecido resulta em perder pontos ou acrescentar tempo no cômputo geral da equipe.

Perna - Cada uma das etapas da corrida.

Plotar - Marcar os PC´s e AT´s de uma corrida num mapa, com o auxílio de canetas hidrográficas e da bússola.

PC - Sigla de Posto de Controle, ponto da prova, determinado no Ride Book, onde fiscais conferem a presença do equipamento obrigatório e do passaporte da equipe.

PC Virtual - Posto de controle que não conta com a presença de fiscal.

Reboque - Mecanismo usado pelos atletas para impor o mesmo ritmo à equipe durante as pernas de bike. O atleta mais forte prende sua bike à dos companheiros através de um elástico.

Ride Book - Documento entregue pela organização pelo menos um dia antes da largada da corrida. Ele traz indicações topográficas ou geográficas sobre o percurso da prova. Entretanto, essas informações devem ser interpretadas e aplicadas ao percurso da prova por meio da navegação. Através das informações nele contidas, a equipe deve determinar sua estratégia para terminar a corrida.

Road Book - Documento semelhante ao Ride Book, mas com indicações dirigidas às equipes de apoio, imprensa e demais pessoas que acompanham a prova.


Este conteúdo foi acessado em 06/08/2010 dos sítios: Corridas de Aventura e 360 Graus.
Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor da matéria.

ícone para voltar ao topo
Voltar ao topo

Corrida de aventura no Brasil


Em 1997, o empresário Alexandre Freitas, envolvido há 17 anos no mundo das finanças, ao participar de uma corrida de aventura na Nova Zelândia, gostou tanto do que vivenciou que resolveu implantá-la em nosso país, dedicando tempo integral a este novo projeto que alia o prazer do esporte a uma nova visão, um novo estilo de vida que integra o homem à natureza, ao esporte e à conscientização da necessidade de preservação ambiental.

Alexandre criou a Sociedade Brasileira de Corridas de Aventura (SBCA), organizadora da primeira Corrida de Aventura brasileira, a Expedição Mata Atlântica - EMA, cujo conceito é unir o esporte, a aventura e a preocupação com a conscientização ambiental. A primeira edição da Expedição Mata Atlântica aconteceu em 1998, com duração de 3 dias e 220 km de distância. Nesse mesmo ano o Brasil foi representando pela primeira vez no Eco-Challenge, considerada uma das maiores corridas do mundo, com a equipe mineira Brasil 500 anos.

No ano seguinte a EMA se deslocou do litoral norte para o litoral sul de São Paulo e aumentou de tamanho, passando a ter um percurso de 400 km e até 5 dias de duração.

Com a popularização do esporte no país, começaram a surgir eventos mais acessíveis para as maioria das pessoas. As corridas com 1 ou 2 dias de duração possibilitou a participação dos atletas de final de semana que não dispõe de muito tempo e dinheiro para os treinos e corridas.

No início de 2000 dois circuitos são lançados quase simultaneamente: Circuito EcoAventura, organizado por Mário Lopes, e o Circuito Brasileiro, organizado pela SBCA. Os dois eventos eram realizados com o objetivo de trazer novos atletas e preparar os mais experientes para a 3ª edição da Expedição Mata Atlântica, até então a maior corrida realizada no Brasil. Nesse mesmo ano foi organizado também a primeira edição do Rio Eco e a primeira corrida do Ecomotion Circuit.

Em 2001 a EMA troca de região e realiza sua 4ª edição na Amazônia enquanto novas corridas começavam a ser organizadas em outros estados brasileiro. Essa foi a última edição da prova e fez parte do recém criado AR World Series.

Atualmente são organizadas corridas em praticamente todo o país, mas a grande concentração ainda está na região Sudeste, mais especificamente em São Paulo. Por outro lado os outros estados estão se organizando e criando circuitos independentes, como o Nordestino, e associações, como a criada pelos organizadores de Santa Catarina (Naturesporte), Espírito Santo (FCCA - Federação Capixaba de Corrida de Aventura) e a APCA (Associação Paulista de Corrida de Aventura)

Atualmente a maior corrida de aventura no Brasil é o Ecomotion PRO, que teve sua primeira edição realizada em novembro de 2003 na Chapada Diamantina. A corrida teve um percurso de 460 quilômetros e até 6 dias de duração e passou a fazer parte do AR World Series com a não realização da EMA.

A quarta edição da maior prova brasileira foi realizada no Rio de Janeiro e foi uma das mais belas e a mais difícil de todas os outros anos. Geoff Hunt, organizador do AR World Series, esteve acompanhando e analisando toda a prova, desde o percurso escolhido até a estrutura organizacional e durante a festa de premiação anunciou que o Ecomotion Pro seria a sede da final do circuito, o AR World Championship, em 2008.

Este conteúdo foi acessado em 15/02/2011 no sítio adventuremag. Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor da matéria.

ícone para voltar ao topo
Voltar ao topo
Recomendar esta página via e-mail: