Disciplina - Educação Física

A História do Kenpo

A principal meta do Kenpo Karate é desenvolver o autocontrole e a autoconfiança do praticante, gerando assim força interior e equilíbrio, aspectos que o acompanharão por toda a vida.

Pode ser praticado por homens e mulheres, independente de idade, peso ou altura, já que se adapta as características do indivíduo, potencializando suas habilidades e trabalhando para melhorar suas carências.

Os treinos são cooperativos, respeitando a individualidade de cada aluno e desenvolvendo não só o seu físico, mas também o seu espírito, caráter e disciplina.

Os movimentos são naturais e de fácil aprendizado, seguindo sempre uma sequência lógica e enfatizando a defesa pessoal. Sua principal característica é um fluxo veloz e fulminante de golpes em pontos vitais do corpo, a fim de neutralizar rapidamente o agressor.

Com a prática do Kenpo, o aluno desenvolve:

- Habilidade para auto-defesa;
- Autocontrole e autoconfiança;
- Concentração e reflexos;
- Maior consciência corpórea e motora.

A História do Kenpo

Durante os próximos séculos a história do Kung Fú e sua evolução para o Kenpo está prejudicada e é difícil determinar uma descrição acurada. Mas tendo a arte do Kung Fu permanecido, e seus ensinamentos chegaram até as ilhas de Okinawa, o reino de Ryukyu e também o Japão. Nestes lugares era citada como Kenpo (lei do punho).

Entre os períodos Sui e Ming (um hiato de 800 anos), acredita-se, muitos monges viajaram através do Japão e Okinawa trazendo com eles o conhecimento da arte do Kempo; o que explica sua larga difusão. A arte do Ch’uan Templo em okinawaFa, que originou Kempo, e teria sido ensinada como um suplemento ao treinamento espiritual diário dos monges, resistiu. Muitos dos monges freqüentemente escolhiam discípulos ou lecionavam em vários templos budistas, propagando os ensinamentos de Buda e o poder do Ch’uan Fa. Desta fonte a arte do Kempo poderia facilmente ter se espalhado tanto entre os plebeus como entre e os nobres. Outra razão para a fundação do Kempo pode ser vista nas inúmeras viagens que os japoneses e os habitantes da ilha de Okinawa faziam à China para aprender a famosa arte do Ch’uan Fa.

Algumas pessoas chegavam a desaparecer por muitos anos, sendo mesmo, reputadas mortas por suas famílias, reaparecendo como um mestres do Kempo e outras artes marciais. Um destes homens foi Sakugawa. Sakugawa viveu em uma vila em Shuri na ilha de Okinawa e viajou para a China, durante o século XVIII, para aprender os segredos dos mestres do Ch’uan Fa. Por muitos anos Sakugawa não foi visto, e muitos acreditavam que tinha morrido em suas jornadas, mas após muito tempo ele retornou, para grande espanto de seus parentes.

Sakugawa aprendeu os segredos do Ch’uan Fa e se tornou um mestre de reputação. Após muitos anos de refinamento a arte que Sakugawa havia aprendido, vagarosamente, teve seu nome alterado para Shuri-te e é considerada a predecessora de muitas formas do moderno Karate. Outro membro do Shuri, chamado Shionja, também viajou para a China como Sakugawa fizera anteriormente, mas quando voltou em 1784 trouxe consigo um companheiro chinês chamado Kushanku. Os dois trouxeram a arte do Ch’uan Fa, que haviam estudado junto na China, e começaram a demonstrá-la ao redor de Okinawa. Acredita-se que Kushanku e Shionja foram a maior influência no estilo de Kenpo de Okinawa, mais influentes que quaisquer outros mestres.

Infelizmente, a evolução do Ch’uan Fa para o Kenpo no Japão é também abrupta e misteriosa, apesar de um repentino interesse pelo Kempo ter surgido durante o reinado de Hideyoshi Toyotomi e seus planos de conquistar a China. Diz-se que muitos Samurais, por ocasião de sua volta da China, não se sabe se durante ou depois da guerra, trouxeram consigo vasto conhecimento do Ch’uan Fa e através dos anos modificaram-no para incluir suas próprias artes do Jujutsu e do Aikijutsu. É neste estágio, onde a maior evolução do Kempo acontece. No começo do século XVII duas famílias, Kumamoto e Nagasaki, trazem o Kempo da China para Kyushu no Japão.

Esta arte foi modificada através dos anos até chegar a uma de suas formas atuais, o Kosho Ryu Kempo, ou escola do Velho Pinheiro. É a partir daqui que a maioria das formas modernas de Kempo se derivam.

Uma das teorias afirma que por volta de 1.235, no templo de Shaka-In, no monte Kinkai, Kukamoto, Japão, surgiu o Kempo como o conhecemos. Esta arte era uma combinação do Kung-fu Shaolin (Ch’uan Fa), trazido por um monge que fugia da China e encontrou refúgio com a família (clã) Yoshida, e a arte marcial da família, assemelhada ao Aiki-Jujutsu. Eles denominaram este sistema de Kosho-Ryu (Escola do Velho Pinheiro).

James Masayoshi Mitose

Em 1921, aos cinco anos, James Masayoshi Mitose foi enviado de sua terra natal, o Havaí, para Kyushu, para treinar a arte de auto-defesa de seus ancestrais chamada Kosho Ryu Kempo com seu tio, chamado Choki Motubu. Por quinze anos ele estudou esta arte, que era uma descendente direta do Ch’uan Fa original. Após completar seu treinamento no Japão, Mitose voltou para o Havaí em 1.936, e abriu o clube “Oficial da Auto-defesa” em Honolulu.
Foi neste local que ele graduou cinco de seus estudantes à faixa preta (status de instrutor); Thomas Young, William Chow, Edmund Howe, Arthur Keawe, Jiro Naramura e Paul Yamaguchi. (Digno de nota é o fato de que apesar de o Sr. Mitose ter concedido outros certificados, somente estes seis o foram enquanto ele era o líder do Clube Oficial da Auto-defesa de Honolulu).

Nota-se que o certificado de faixa preta de William Chow foi, em verdade, assinado por Thomas Young, e não por James Mitose. Apesar da ausência da assinatura do Sr. Mitose no certificado ele ainda era o instrutor principal da escola na época. É improvável que o Sr. Young teria assinado o certificado sem a aprovação de Mitose.
Quando James Mitose parou de ensinar para se dedicar aos seus estudos religiosos ele deixou seu dojo no Havaí nas mãos de Thomas Young. Em 1.934, antes da volta de Mitose para os Estados Unidos, o termo Kempo-Karate foi visto pela primeira vez na imprensa americana.

Especula-se a razão do emprego do termo pela primeira vez. Alguns suspeitam que foi apenas uma estratégia publicitária, enquanto outros acreditam que o termo karate era simplesmente mais conhecido e de fácil identificação.

William Kwai Sun Chow


William Chow é considerado por muitos como o responsável pela maior divulgação do Kempo para o público em geral. William K. S. Chow estudou Kempo com Mitose por vários anos e, anteriormente, tinha estudado a arte do Kung Fu de sua família. Chow uniu, como muitos mestres de Kempo antes e depois dele, as artes do Kosho Ryu e o Kung Fu de sua família para criar uma nova arte marcial que viria a ser referida como Kara-Ho Kenpo Karate Chinês. Em 1.949, Chow atraiu alguns estudantes para seus próprios ensinamentos e abriu seu próprio Dojo.

Para distinguir-se do Kenpo de Mitose, Chow referia-se a sua arte com Kenpo Karate (a romanização oficial da letra). Membros atuais da Organização do Kara-Ho Kenpo Karate Chinês têm afirmado que o Grão Mestre Chow sempre escreveu Kempo com um “m”… possivelmente para não ofender a comunidade japonesa e o Kosho de Mitose. Durante as próximas décadas Chow fez muitas inovações no sistema, incluindo o uso de técnicas circulares do Kung Fu e também várias novas formas de Kata.

Edmund Parker

Um dos estudantes mais conhecidos de Chow foi um nativo do Havaí chamado Edmund Parker. Ed Parker foi uma das figuras significativas para a história do Kenpo moderno. Em 1.954 Edmund Parker recebeu sua faixa preta de Kenpo Chinês (a forma como William Chow chamava sua arte à época). Em 1.964, quando organizou seu primeiro campeonato, ele tornou-se conhecido do público americano em geral. O Dojo do Sr. Parker estava localizado na área de Hollywood, o que lhe permitiu ensinar sua arte a pessoas como Elvis Presley e Steve McQueen. Ed Parker aprimorou , definiu e refinou as técnicas do Kara-Ho Kempo, até transform á-lo no seu próprio estilo, o American Kenpo Karate.

Este conteúdo foi acessado em 22/09/2010 do sítio: American Kenpo International
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