Disciplina - Educação Física

A Educação Física é: A Motivação da Escola e a Inclusão

Autora: Zenaide Chaves da Silva
Instituição: Instituto de Educação Estadual de Maringá
Município: Maringá - Pr
Conteúdo: Jogos e Brincadeiras
Série: 1ª à 9ª


Relato

A Educação Física na perspectiva Histórico-crítica tem como conteúdos estruturantes Jogos, Brincadeiras, Esportes, Danças, Ginásticas e Lutas, relacionando movimento humano no cotidiano com abordagem crítica da Educação Física no contexto sócio-econômico, político e cultural.

A Educação Física compreendendo o ser humano como sujeito social e em constante transformação contempla as dimensões físicas e psicossociais por meio dos conteúdos estruturantes e específicos, visando à formação integral do ser humano capacitando-o o saber, o quê e por que fazer, conscientizando-o de seus direitos e deveres, problematizando as questões sociais mediante uma reflexão crítica.

A Inclusão: nós professores que trabalhamos com alunos portadores de necessidades especiais, sabemos que as aulas devem ser bem flexíveis de 1ª a 9ª série, e entendemos que a deficiência intelectual é a mais complexa. Para os surdos temos a educação através das (LIBRAS), os cegos o (BRAILE), e os deficientes físicos, são adaptados os ambientes do dia-a-dia.

A Escola: Posso descrevê-la nesta poesia de Paulo Freire, disponível no site do Instituto Paulo Freire (www.paulofreire.org).

A ESCOLA

Escola é...
O lugar onde se faz amigos,
Não se trata só de prédios, salas, quadros,
Programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente,
Gente que trabalha que estuda,
Que se alegra se conhece se estima,
O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente,
O aluno é gente,
Cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
Na medida em que cada um
Se comporte como colega, amigo, irmão.
Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”.
Nada de conviver com as pessoas e depois
Descobrir que não tem amizade a ninguém
Nada de ser como o tijolo que forma a parede,
Indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é.
Só trabalhar;
É também criar laços de amizade,
É criar ambiente de camaradagem,
É conviver, é se “amarrar nela”!
Ora, é lógico...
Numa escola assim vai ser fácil
Estudar, trabalhar, crescer,
Fazer amigos educar-se,
Ser feliz.

Paulo Freire

Através de atividades propostas, observei que alunos com dificuldades, apresentam a falta de concentração, interação aos demais, e dificuldades na escrita também. Diante desse exposto procurei flexibilizar bem as aulas, de educação física com diversos jogos e brincadeiras.

Segundo Maria Tereza Eglér Mantoan, docente em Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o ponto de partida deve ser algo que mantenha o aluno atento, com jogos de tabuleiro, quebra-cabeças, jogos de memória e imitações de sons ou movimento do professor e colegas.

Procurei seguir a ideia da professora Maria Tereza. No colégio que trabalho há mais de 20 anos, Instituto de Educação de Maringá existem vários alunos inclusos no ensino Fundamental, mas uma aluna revelou e virou destaque nas aulas; seu nome é C. Y. de 12 anos, portadora de necessidades especiais que me surpreende a cada dia.

A aluna já está no colégio há alguns anos; nunca tive oportunidade de ser sua professora, a mesma vivia emburrada atrás das portas, chorava, escondia de sua professora de sala. Este ano ela faz parte da 4ª b, a série que ministro aulas de Educação Física.

O colégio está em fase de reconstrução e não temos quadras ou locais apropriados para as aulas; procurei planejar aulas diversificadas como corda, bambolê, elástico, tênis de mesa no chão, tênis de mesa oficial, jogos de tabuleiro, brincadeiras de atenção e concentração, aulas na sala de informática e outras.

Foi aí que percebi o seu desempenho; ela participa com todos da sua turma, no início os alunos sentiram ciúmes pela atenção que disponibilizo a ela, mas depois de fazer um trabalho teórico com todos e mostrar que cada aluno é um, e que cada pessoa possuí seus limites e saberes, eles compreenderam, e procuraram cada vez mais ajudá-la a alcançar o objetivo da aula.

A aluna este ano participa de todas as aulas de sala com a professora regente Valderes, aulas de Arte com a professora Ivone e as aulas de Educação Física com a professora Zenaide.

Ela já desperta a atenção e carinho com todos, e diz: “senti muito feliz ao participar das brincadeiras”, e no fim da aula, me abraça e diz: ”como sou feliz! Eu te amo fofa!”

Refletindo nada nos impede de dizer que a Educação Física é sem dúvida a “MOTIVAÇÃO DA ESCOLA”. Ao brincar o aluno transforma o mundo que os cerca, e pode estabelecer um elo entre o imaginário e o simbólico.

[...] as brincadeiras são expressões miméticas privilegiada na infância, momentos organizados no qual o mundo, tal quais as crianças o compreendem, é relembrado, contestado, dramatizado, experenciado. Nelas as crianças podem viver, com menos riscos, e interpretando e atuando de diferentes formas, as situações que lhes envolvem o cotidiano. Desempenham um papel e logo depois outro. São momentos de representação e apresentação, de apropriação do mundo. (VAZ et. Al. 2002, p.72).


Imagens enviadas pela professora Zenaide Chaves da Silva:

Imagens de crianças na aula de Educação Física.Imagens de crianças na aula de Educação Física.Imagens de crianças na aula de Educação Física.

Obs: foi solicitada autorização de imagem aos responsáveis e está arquivada com a autora.

Referências

ZOTTI, S, A. Currículo. In: Navegando na história da educação brasileira.
Disponível em: http:// www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb-c-.Currículo.htm. Acesso em 25 de outubro de 2008.

Secretaria de Estado da Educação do Paraná; DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Educação Física - PR 2008. ( VAZ et.al. 2002,p 72).

Secretaria de Educação, Departamento de Ensino Fundamental, Departamento de Educação Especial.
Seminário Descentralizado de Educação Física Adaptada, Curitiba-Paraná, 2002.

Secretaria do Estado da Educação-Departamento do Ensino Fundamental; Grupo de estudos, tema Jogos, brincadeiras e Brinquedos.

Secretaria do Estado da Cultura (SEED) MAIO 68; Sonhos de Transformação. Curitiba. Imprensa Oficial, 1998.

Leitura e Escrita no Contexto da Diversidade, Ana Cláudia Lodi; 112 págs., ED MEDITAÇÃO.Direitos das Pessoas com Deficiência, Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, 342 págs.ed. WVA.

Maria Tereza Eglér Mantoan “Inclusão é o privilégio de Conviver... Ed. Moderna, Nova Escola.”. Portal do professor. MEC. Gov. BR/ notícias html?...8. Unicamp. Campinas. SP.
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