Disciplina - Educação Física

Bocha/Boliche Adaptado

Este material foi elaborado como requisito de avaliação final da oficina “Uso do Portal Dia a Dia Educação na Prática Pedagógica”, sob orientação da docente e assessora pedagógica Andrea Kruk, da equipe da Coordenação Regional de Tecnologia Educacional do Núcleo Regional de Educação de Irati, do estado do
Paraná.

Autora:
Thays de Fátima Lechiw
Instituição: Escola de Educação Especial “Nossa Escola” – Apae de Irati -PR
Município / Estado: Irati–PR
Conteúdo: Bocha/Boliche Adaptado
Série: Educação Especial – Ensino Fundamental (7 a 15 anos) e Educação Profissionalizante (a partir de 16 anos)


Introdução

A partir da década de 50, no mundo, vem se efetivando um processo social amplo nominado inclusão. Este processo tem como objetivo “promover uma sociedade que aceite e valorize as diferenças individuais, aprenda a conviver dentro da diversidade humana através da compreensão e da cooperação” (CIDADE; FREITAS, 1997).

Assim, a Educação Física Adaptada, vertente da Educação Física, surgiu oficialmente nos cursos de graduação através da Resolução n. 3/87 do Conselho Federal de Educação. Segundo Bueno e Resa (1995), a Educação Física Adaptada para portadores de deficiência não se diferencia da Educação Física em seus conteúdos, mas compreende técnicas, métodos e formas de organização que podem ser aplicados ao indivíduo deficiente. É um processo de atuação docente com planejamento, visando atender às necessidades de seus educandos.

Portanto, o papel fundamental da Educação Física Adaptada é permitir a participação dos alunos em atividades físicas adequadas às suas possibilidades, proporcionando sua valorização e integração.

Procedimento metodológico

A Escola de Educação Especial “Nossa Escola” – Apae de Irati-PR, participa anualmente dos Jogos Recreativos Regionais, os quais fazem parte da programação da Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla.

Esses jogos têm por objetivo proporcionar momentos de recreação aos alunos por meio de atividades de integração que auxiliem o desenvolvimento de formação cognitiva, motora e de lazer, bem como a socialização.

Ao todo, participam em média 500 alunos das Apae’s de 10 cidades da microrregião. Nesses jogos, são realizadas as seguintes provas: arremesso no pneu, lance livre, cabo de guerra, corrida do saco, boca do palhaço, boliche, dança da cadeira, estourar o balão e pênalti - distribuídas de acordo com o sexo e faixa etária dos alunos.

No mês de agosto de 2010, em sua XIX edição, os Jogos Recreativos Regionais, com o intuito de ampliar e promover maior participação de alunos cadeirantes com deficiência física neuromotora, ou que apresentam dificuldades de equilíbrio, criou a prova do “boliche adaptado”.

Essa prova consiste na adaptação das modalidades "bocha adaptada" e "boliche convencional".

Há registros que as primeiras competições de "bocha adaptada" foram realizadas na Dinamarca em 1982. Existem diversas versões do jogo de bocha, mas a mais praticada é aquela em que se lançam bolas adaptadas, fabricadas com areia e revestimento de pelica, que se adaptam à empunhadura dos portadores de paralisia cerebral. As bolas de bocha geralmente são construídas nas cores azul e vermelha. Durante o jogo, o atleta deverá ter como objetivo lançar suas bochas com a intenção de que aproximem o máximo possível da bola branca, que será o ponto para aproximação das outras bolas.

A bocha pode ser jogada individualmente, em par ou por equipes. Os atletas são divididos de acordo com classificação funcional, que varia entre BC1, BC2, BC3 ou BC4, dependendo do grau de comprometimento do atleta.

Assim, em uma reunião do Conselho Regional de Educação Física do nosso município, a prova do “boliche adaptado” foi apresentada aos demais professores e aprovada por todos. A partir daí, procurei o manual de "bocha adaptada" e textos que pudessem subsidiar a aplicação da prova. Para esta prática, simplificamos e adaptamos algumas regras visando a participação de nossos alunos, respeitando suas características individuais.

Mais tarde, busquei imagens e vídeos que pudessem exemplificar a prática, bem como confeccionamos o material necessário (calha). A partir daí, reuni os alunos no salão da escola e repassei as informações, as imagens e o vídeo (através da TV Multimídia) para que pudessem observar e realizar suas primeiras tentativas.

Material necessário: 10 pinos de boliche (de plástico), 1 bola de boliche (de plástico) e 1 calha de PVC.

Descrição da prova do boliche adaptado criada para a XIX edição dos Jogos Recreativos Regionais:

10 pinos de boliches são dispostos em forma de um triângulo com 0,40 m de lado. A ponta da calha é posicionada a uma distância de 1,50 m dos pinos de boliche. O professor/técnico segura a calha (um cano de PVC 100 mm, com 1,60 m de comprimento, cortado na transversal) na posição que for melhor para seu aluno fazer o lançamento da bola. Portanto, o aluno fica a uma distância de 3,10 m dos pinos de boliche. Observação: a bola poderá ser lançada com as mãos, pés, cabeça, queixo, entre outras partes do corpo, dependendo da mobilidade do seu aluno.

São realizados 05 lançamentos e a pontuação é individual, com somatória do número de pinos derrubados a cada lançamento.

Conclusão


A inserção da prova do "boliche adaptado" nos Jogos Recreativos Regionais (Conselho de Irati-PR) é o resultado do esforço do trabalho na busca de alternativas que propiciem maior participação e superação de dificuldades.

A prova foi de grande aceitação por parte dos alunos, pois através de seus relatos, foi possível perceber a importância de adaptar conteúdos e oportunizar a participação, valorizando cada tentativa de movimento,
independente do grau de comprometimento por eles apresentado.

Certamente essa prova será utilizada em outras edições dos Jogos Recreativos Regionais da nossa região. Por ser de fácil realização e baixo custo, já está sendo utilizada em outras escolas especiais como parte do conteúdo das aulas de Educação Física, principalmente para alunos que apresentam deficiência físicaneuromotora.

Referências

BUENO, S. T.; RESA, J.A.Z. Educacion Física para niños y niñas com necessidades educativas especiais. Málaga: Ediciones Aljibe, 1995.

CAMPEÃO, Márcia da silva; OLIVEIRA, Ronaldo Gonçalves de. Bocha Paraolímpica: manual de orientação para professores de Educação Física. Comitê Paraolímpico Brasileiro. Brasília-DF, 2006.

CIDADE,R. E; FREITAS, P.S. Noções sobre Educação Física e Esporte para pessoas portadoras de deficiência. Uberlândia, 1997.
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