Disciplina - Educação Física

Danças Folclóricas Brasileiras – Sul

Entende-se por Danças Folclóricas as expressões populares desenvolvidas em conjunto ou individualmente, frequentemente sem sazonalidade obrigatória. Tudo indica que é na coreografia que reside seu elemento definidor. Existe grande número delas no Brasil. Para a organização do inventário que se segue, foi necessária uma seleção, aqui definida pelos critérios de abrangência nacional e por algumas particularidades, regionais e/ou locais.

Balainha (PR, SC) - conhecida também com o nome de Arcos Floridos ou Jardineira, a balainha é desenvolvida com os pares de dançantes, cada um deles, sustentando um arco florido. No início, os pares em fileiras fazem movimento ondulante passando, ora por cima, ora por baixo dos arcos dos demais pares; formam depois grupos de quatro pares que, em círculo, intercruzam seus arcos no alto, armando assim as “Balainhas”. Ao final desmancham as “balainhas” e retornam à posição inicial, com movimentos sincronizados e sequenciais.

Fandango (PR, RS) – o termo Fandango designa uma série de danças populares -chamadas “marcas”. No Paraná, os dançadores, executam as variadas coreografias: Anu, Andorinha, Chimarrita, Tonta, Cana-verde, Caranguejo, Vilão de Lenço, Xarazinho, Xará Grande, Sabiá, Marinheiro, etc. O acompanhamento musical é feito com duas violas, uma rabeca e um pandeiro rústico, chamado adufo. As coreografias das “marcas” paranaenses constam de rodas abertas ou fechadas, uma grande roda ou pequenas rodas fileiras opostas, pares soltos e unidos. Os passos podem ser valsados, arrastados, volteados, etc., entremeados de palmas e castanholar de dedos. O sapateado vigoroso é feito somente pelos homens, enquanto as mulheres arrastam os pés e dão volteios soltos. No Rio Grande do Sul, o Fandango apresenta um conjunto de vinte e uma danças, com nomes próprios: Rancheiro, Pericom, Maçarico, Pezinho, Balaio, Tirana-do-lenço, Quero-mana, Tatu, etc. O acompanhamento musical é feito pelo acordeão, chamado “gaita”, e pelo violão. A coreografia recebe nomes também distintos – “Passo de juntar”, “Passo de marcha”, “Passo de recurso”, “Passo de valsa”, “Passo de rancheira”, “Sapateio”, etc.

Pau-de-Fitas (toda a região) – para seu desenvolvimento prepara-se um mastro com cerca de três metros de comprimento, encimado por um conjunto de largas fitas multicores, de maior tamanho. Os dançadores, em número par, seguram na extremidade de cada fita e, ao som das músicas, giram em torno do mastro, revezando os pares de modo a compor trançados no próprio mastro, com variados desenhos. No Rio Grande do Sul os trançamentos recebem os nomes: “Trama”, “Trança”, “Rede de Pescador”. Em Santa Catarina há o “Tramadinho”, “Trenzinho”, “Zigue-Zague”, “Zigue-Zague a dois”, “Feiticeira” e “Rede de Pescador”.

Vilão (SC) – desenvolvida por um grupo com 31 componentes, denominados batedores, balizadores, músicos e Mestre, a dança consta de batidas de longos bastões, com variados movimentos e ritmos. O encerramento é feito com o “serradinho”: são 7 movimentos rapidíssimos, executados com os balizadores agachados.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Este conteúdo foi acessado em 09/07/2012 do site Poemia. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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