Disciplina - Educação Física

Educação Física

13/06/2013

Para ensinar o esporte, o professor não precisa ser skatista

Trecho da Reportagem exibida na Nova Escola - "Para ensinar o esporte aos jovens, o professor não precisa ser skatista"

Antes de liberar as manobras, Mariana exibiu fotos e vídeos de esportes radicais, como o surfe, o paraquedismo, o bungee jump e o hardcore sitting (praticado por pessoas com deficiência que usam a cadeira de rodas para realizar os movimentos do skate). É importante conversar sobre as particularidades de cada um e fazer perguntas para os alunos refletirem sobre os movimentos e o corpo: "São práticas individuais?", "Elas têm a ver com velocidade e força?", "Onde são praticadas?", "Quais os equipamentos necessários?", "Há risco de lesões?" e "Quais os itens de segurança?". 

Depois, hora de focar o skate. "Preparei uma aula expositiva. Parte dos estudantes não tinha computador e o laboratório de informática da escola não estava pronto, o que impossibilitou a pesquisa individual", diz a professora. Ela contou um pouco da história do esporte e apresentou algumas modalidades: street (as manobras são realizadas em obstáculos de rua ou em pistas que imitam a via), down hill (praticada em ladeiras), freestyle (com movimentos complexos de equilíbrio em solo) e megarrampa (com manobras no ar após a descida de uma rampa alta). Vale lembrar que, se possível, é valioso envolver os alunos na investigação para que eles desenvolvam habilidades como selecionar, sintetizar, relacionar e socializar as descobertas. 

Usar os saberes da turma, aliás, é um importante recurso, principalmente para os professores que não dominam o tema, como Jorge Luiz de Oliveira Júnior, que explorou o skate com o grupo do 6º ano da EMEF Raimundo Correia, na capital paulista. "Eu mal ficava em pé. Fiz pesquisas em casa e nos horários de atividades extraclasse e planejei momentos para que os estudantes dividissem comigo e com os colegas o que sabiam", conta. Em casa, eles buscavam informações que compartilhavam com a mediação do educador. Carlos da Cunha, 11 anos, por exemplo, apresentou as partes do skate: um shape (tábua de madeira sobre as rodas), dois trucks (eixos), quatro rodas e oito rolamentos (dois no interior de cada roda). A frente recebe o nome de nose, e a traseira, tail. Para ajudar os iniciantes, um aluno do 8º ano, Jean Rios, 13 anos, foi convidado a mostrar algumas manobras, como o ollie, a base de vários movimentos, e a dar uma entrevista. Dentre as perguntas respondidas, uma tinha a ver com preconceito. "O tênis às vezes rasga na lixa que é colocada na prancha para não escorregar. Muita gente acha que somos maloqueiros por isso", contou.


Este conteúdo foi acessado em 13/06/2013 - Revista Escola. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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