Disciplina - Educação Física

Educação Física

24/02/2014

Bullying tem impacto no bem-estar da criança a longo prazo

Estudo publicado na revista ‘Pediatrics’ mostra que 22% dos alunos inscritos no equivalente ao quarto ano do ensino médio relataram abusos frequentes, e apenas 5% e 3% declararam o mesmo no nono ano. 

O bullying pode ter um efeito duradouro sobre o bem-estar de uma criança, segundo um novo estudo do Hospital de Crianças de Boston publicado na revista “Pediatrics”. Os pesquisadores analisaram dados de 4.297 crianças e adolescentes que foram inscritos no equivalente ao quarto ano até o nono ano do ensino médio. Eles foram questionados sobre a sua saúde física e mental e se tinham sido vítima de bullying. Vinte e dois por cento dos alunos do quarto ano disseram ser vítima de bullying frequentemente, o que diminuía à medida que as crianças cresciam, com 5% e 3% tendo relatado o mesmo no nono ano.

O fato de sofrer bullying, no entanto, teve impacto na saúde física e mental dessas crianças, não importando a idade. O período fez diferença: quanto mais tempo sendo constrangidos, piores os efeitos. Aqueles que tinham sofrido bullying no início do ensino médio e continuavam passando pelo problema apresentavam os maiores problemas de saúde.

Quase um terço dos alunos do nono ano que tinham sofrido bullying no passado e no presente disseram que experimentaram sintomas depressivos, em comparação com 19% dos que estavam sendo intimidados. E 13% dos que tinham sido intimidados só no passado e 8% dos que não tinham experimentado o bullying tinham sintomas depressivos.

Quando levados em conta sentimentos de raiva, medo e ansiedade, um pouco menos da metade dos alunos do nono ano que tinham sido vítimas e ainda sofriam bullying relataram maior quantidade desses sentimentos. Já do terço dos que ainda sofriam com o problema, 12% dos que tinham sofrido bullying no passado e 7% dos que não tinham passado por isso apresentavam problemas de ansiedade.

Atividades como caminhar, correr ou praticar esportes também foram apontadas como difíceis pelos jovens vítimas de bullying: 30% daqueles que tinham sido vítimas no passado e atualmente apresentavam baixo desempenho, comparados aos 24% que sofriam com o problema recentemente.

“Nossa pesquisa mostra que o bullying a longo prazo tem um grave impacto sobre a saúde geral de uma criança, e que os seus efeitos negativos podem se acumular e piorar com o tempo”, escreveu a autora do estudo, Laura Bogart, da divisão de pediatria geral do Hospital de Crianças de Boston. “Isso reforça a noção de que é necessário mais intervenção assédio moral, porque quanto mais cedo uma criança parar de ser intimidado, o assédio moral é menos provável ter um efeito duradouro sobre a danificar sua saúde no futuro”.

Outra pesquisa mostrou que as crianças vítimas de bullying são mais propensas a apresentar sintomas psicossomáticos, como doenças físicas provocadas por estresse mental. Estudos anteriores descobriram que as pessoas que foram vítimas de bullying quando criança tiveram mais problemas em manter um emprego regular, com sua saúde e relações sociais como adulto.

Matéria publicada no site O Globo.

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