Disciplina - Educação Física

Nutrição no futebol

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Nutrição é o processo de assimilação dos alimentos a fim de obter os carboidratos, lipídios, proteínas, sais minerais e vitaminas necessários para manter o crescimento e a saúde.

Nos últimos anos a nutrição tem sido alvo de crescente interesse por partes dos atletas e praticantes de atividades físicas, cada vez mais conscientes dos seus benefícios.

No futebol, esporte coletivo mais praticado no mundo, a preocupação com a nutrição e hidratação deve ser em fornecer ao atleta o aporte energético e os nutrientes necessários para garantir o desempenho, assegurar o peso ideal, recuperá-lo o mais rapidamente de traumas e lesões eventualmente provocadas em treinos e jogos desgastantes, tendo sempre como objetivo final à saúde e performance do jogador.

As necessidades energéticas de jogadores de futebol dependem da função tática do jogador na equipe, da distância percorrida e do estilo de jogo. O treinamento regular exige demandas nutricionais extras e o gasto energético é aumentado na proporção em que o exercício é realizado.

A quantidade e a qualidade dos treinamentos são dois fatores que influenciam o gasto energético diário. Os jogadores de futebol são considerados atletas que treinam em intensidade, de moderada a alta, e têm suas necessidades energéticas em torno de 3150 a 4300Kcal.

Como ao longo do ano os jogadores participam, ao mesmo tempo, de várias competições, o calendário é restrito a treinos e jogos desgastantes, devendo assim, não apenas, estarem aptos a suportar a demanda de energia durante os treinos, mas também estarem aptos a uma rápida recuperação para participarem das próximas partidas, o que é fundamental durante os treinos, quando os jogadores passam de 2 a 3 dias entre jogos, com pouco tempo de recuperação.

Portanto, a maior contribuição da Nutrição para o futebol, é sua sustentação nos treinos, e não apenas em refeições pré-jogos, o que vem mostrar que é um trabalho que deve ser desenvolvido ao longo de toda uma temporada.

A importância dos Carboidratos

foto de exemplos de carboidratos - fontes de energia ao organismoOs carboidratos são moléculas orgânicas formadas por carbono, hidrogênio e oxigênio. São as principais fontes de energia para os seres vivos, uma vez que a liberam durante o processo de oxidação. Participam também na formação de estruturas de células e de ácidos nucléicos. É a única fonte de energia aceita pelo cérebro, importante para o funcionamento do coração e todo sistema nervoso.

O corpo armazena carboidratos no fígado e músculos, na forma de glicogênio, e no sangue, na forma de glicose. Suas principais funções são: prover fonte primária de energia para os músculos em exercício e para o cérebro e ajudar no metabolismo lipídico de forma eficiente.

O carboidrato é a fonte de energia mais importante na dieta de um jogador de futebol, e quantidades adequadas desse nutriente são essenciais para o desempenho atlético.

Durante uma partida de futebol ocorre depleção das reservas de carboidratos, em particular do glicogênio que é utilizado em glicólise anaeróbia, o que provoca uma fadiga muscular diminuindo o rendimento do jogador.

Isto pode ser comprovado devido às baixas concentrações de glicogênio muscular observadas no final de um jogo e uso maior deste substrato no primeiro tempo comparado ao segundo. Jogadores de futebol, com concentrações de glicogênio diminuindo na segunda metade do jogo, apresentam valores médios de velocidade e distância percorridas menores do que outros jogadores que iniciam o jogo com níveis adequados. É comum ocorrer essa situação em jogadores com hábitos alimentares inadequados.

O consumo diário de carboidrato na dieta de um jogador de futebol deve ser o equivalente a 60 a 70% do valor energético total, ou mais especificamente, de 6 a 10g/Kg de peso corporal/dia.

A quantidade de carboidrato na dieta é também importante para a recuperação dos estoques de glicogênio muscular após treinos e jogos. Esse consumo deve ser o mais rápido possível para acelerar a reposição dos estoques de glicogênio. O ideal é que se consuma alimentos de alto índice glicêmico como: pão, batata, arroz, massa, banana e mel, que promovem ressíntese mais eficaz.

Lipídios e Futebol


Os lipídios (ácidos graxos mobilizados do tecido adiposo, triglicerídeos intramusculares e, em menor contribuição, os triglicerídeos do plasma), são importantes substratos para o metabolismo oxidativo na contração do músculo esquelético durante um exercício intenso.

Justamente com o carboidrato, a gordura é a principal fonte de energia durante o exercício. O objetivo da utilização de gordura durante esse é poupar o uso de glicogênio muscular.

Observou-se que houve um aumento na concentração de ácidos graxos livres no sangue durante um jogo, possivelmente fazendo parte do metabolismo oxidativo nos músculos. A ingestão de lipídios é necessária para alcançar a demanda energética em atividades extenuantes, no entanto, sua ingestão não deve ser maior do que 30% do valor energético total diário na dieta de um jogador de futebol, permitindo assim, o aumento da ingestão de carboidratos.

Proteínas e Futebol

foto mostrando alimentos ricos em proteínas.As proteínas são macromoléculas orgânicas formadas pela sequência de vários aminoácidos unidos por ligações peptídicas (cadeias polipeptídicas). São encontradas em todas as partes de todas as células, uma vez que são fundamentais sob todos os aspectos da estrutura e função celulares. Existem muitas espécies diferentes de proteínas, cada uma especializada para uma função biológica diversa. Além disso, a maior parte da informação genética é expressa pelas proteínas.

As necessidades protéicas de um atleta são maiores do que as de um indivíduo sedentário em função da maior necessidade de reparo das lesões nas fibras musculares induzidas pelo exercício. A ingestão de 1,4 a 1,7g de proteína/Kg de peso corporal/dia para jogadores de futebol é considerada a mais adequada.

A proteína contribui para o pool energético durante o repouso e o exercício, sendo que durante a atividade sua oxidação contribui com cerca de 5 a 10% do fornecimento total de energia. Assim, os aminoácidos servem como fonte auxiliar de combustível durante exercícios intensos e de longa duração e após sua oxidação, são irreversivelmente perdidos. Caso não sejam repostos, via alimentação, haverá comprometimento do processo normal de síntese protéica. Isso pode levar à perda da força muscular, diminuindo então, o desempenho durante uma partida de futebol.


Sais Minerais e Vitaminas
foto mostrando alimentos ricos em sais minerais e vitaminas.As vitaminas e sais minerais são micronutrientes necessários ao organismo humano, atuando como reguladores na construção e manutenção. São importantes no estresse oxidativo, contração muscular, regulação do balanço hídrico e nas funções estruturais.

Algumas vitaminas e sais minerais têm papel importante no metabolismo energético, assim, a deficiência de um ou mais desses micronutrientes, pode impedir a capacidade tanto aeróbica quanto anaeróbica do exercício. A necessidade aumentada de vitaminas e sais minerais nos atletas, na maioria dos casos, é atingida com dieta que supra suas demandas energéticas e nutricionais. Caso essa demanda não seja atendida, pode ocorrer a redução da performance e aumento da incidência de lesões.

Jogadores de futebol correm potencial risco de ingestão inadequada de vitaminas e sais minerais pelo fato de se exercitarem por muito tempo sob alta intensidade. Além disso, pessoas fisicamente ativas perdem minerais pelo suor excessivo, pelas fezes e pela urina. Muitas vezes, atletas de futebol dispensam o consumo de verduras e vegetais e correm maior risco de deficiência.

Deve-se ter atenção especial em relação ao consumo de frutas e hortaliças na dieta de um jogador para assegurar ingestão adequada desses nutrientes e assim, não comprometer seu desempenho.


Fontes de Pesquisa:

*Estes links relacionam um conteúdo externo ao Portal. Você será direcionado a abertura de uma nova página.

Brasil Escola – acesso em 04/05/2010
Revista Eletrônica de Química - acesso em 13/05/2010
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – acesso em 04/05/2010
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