Disciplina - Educação Física

Aspectos sociais Apartheid

O Tema É >> Copa do Mundo 2010 >> África para além da Copa >> Nelson Aspectos sociais | Apartheid


Em Joanesburgo, duas realidades bem diferentes convivem a poucos quilômetros de distância. De um lado, o bairro de Sandton, com seus shoppings, mansões milionárias e lojas sofisticadas. De outro, Alexandra, uma comunidade onde a maioria das casas não tem água encanada ou esgoto, o desemprego beira os 40%, e os índices de violência são altíssimos.

De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), no início de 2010, as três cidades mais desiguais do mundo em relação a distribuição de renda estão localizadas na África do Sul. As cidades são : Joanesburgo, Ekurhulen e Buffalo City. As duas primeiras ficam em Gauteng, a província mais rica do país, e a última na Província do Cabo Oriental.

Johanesburgo é a cidade que possui a desigualdade mais aparente, talvez por ser a mais rica. Ali mansões com o tamanho de meio quarteirão dividem o cenário com as townships (favelas) onde pessoas vivem de forma precária. A maioria das habitações é feita de telha de zinco sem qualquer tipo de isolamento térmico, ou seja, no verão são muito quentes e no inverno o frio é intenso. Na vizinha Ekurhule, fica a comunidade de Tokosa, uma das mais pobres do país, que possui condições semelhantes.

Em Buffalo City, o panorama também é de muita pobreza. Apenas uma pequena porcentagem da população enriqueceu a partir das indústrias automobilística e farmacêutica presentes na região, e o restante cerca de 70% vive com pouco mais de R$ 300 por mês. Na township de Mdantsane, a segunda maior favela do país depois de Soweto, um em cada três adultos não tem emprego e vive em habitações precárias.

Segregação racial
O termo apartheid corresponde a uma política racial implementada na África do Sul na década de 1950. De acordo com as determinações do apartheid apenas a minoria branca teria direito ao voto e monopolizava o poder político e econômico no país. Ao mesmo tempo, a enquanto à imensa maioria negra restava a obrigação de obedecer rigorosamente a legislação separatista.


Apesar da África do Sul ser uma economia em plena ascensão, pelo menos 40% da população está abaixo da linha da pobreza e vive com menos de dois reais por dia. A desigualdade na distribuição de renda no país ganhou força principalmente durante o regime segregacionista do Apartheid (Apartheid na África do Sul), quando menos de 10% da população (brancos) representava toda a riqueza do país. Nessa época os negros não tinham direito à propriedade e não podiam ocupar cargos importantes no governo ou em empresas privadas. Também eram removidos dos bairros nobres para as periferias – as townships.

Hoje a propagação do vírus da AIDS - que afeta um adulto em cada cinco na África do Sul - em conjunto com os altos índices de pobreza prejudicam no contexto social as camadas mais jovens da população, pois uma parte significativa desses jovens se vê forçada a tratar dos pais doentes, cuidar das tarefas domésticas e tratar dos irmãos menores.

A eleição de Nelson Mandela em 1994 trouxe a liberdade, mas as condições de vida da maioria da população não mudaram. O governo tentou, na metade da década de 90, lançou a Estratégia de Redistribuição e Crescimento de Empregos, com o objetivo de gerar empregos, redistribuir os recursos e as oportunidades para os pobres, facilitar o acesso à saúde, à moradia e à educação, criando, assim, uma economia competitiva e crescente. Mas ao invés de diminuir a diferença de renda entre negros e brancos, a nova África do Sul aumentou a desigualdade entre eles, e assim na era pós-apartheid os brancos ficaram mais ricos e os negros ainda mais pobres. Segundo um estudo da Universidade do Cabo Ocidental, realizado em 2000, a renda nos lares de famílias brancas cresceu 15%, enquanto que os de famílias negras caiu 19%. A pesquisa foi feita em várias regiões de maioria negra, próximas a Cidade do Cabo e concluiu que 76% dos lares estão abaixo da linha da pobreza.

A redução da pobreza na África do Sul exige mudanças drásticas na política econômica do país, de acordo com o último Relatório Nacional de Desenvolvimento Humano, elaborado pelo PNUD, o estudo afirma que a melhoria das condições de vida no país não depende somente de esforços do governo. É necessária também a participação do setor privado e da sociedade civil. O país tem recursos para reverter as desigualdades, mas precisa de liderança para adotar novas políticas, segundo o relatório.

Fontes de Pesquisa:
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A página - Acesso em 11/05/2010
G1 - Globo Notícias - Acesso em 11/05/2010
G1 - Globo Notícias - Especiais - Acesso em 12/05/2010
PNUD - Acesso em 11/05/2010



Apartheid na África do Sul

A África do Sul foi uma região dominada por colonizadores de origem inglesa e holandesa. Após a Guerra dos Boeres, os últimos passaram a definir a política de segregação racial como uma das fórmulas para manter o domínio sobre a população nativa. Esse regime de segregação racial possui como marcos o "Ato de Terras Nativas" e as "Leis do Passe".

A política de segregação tornou-se oficial em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao poder. Diversas leis foram aprovadas a fim de manter o apartheid. Nessa mesma época, a oposição ao regime atuou de forma mais intensa com o Congresso Nacional Africano (CNA)

Em 1960, a polícia matou 67 negros que participavam de uma manifestação. No entanto, o Massacre de Sharpeville, como ficou conhecido, provocou protestos em diversas partes do mundo.

Dessa forma, como conseqNelson Mandelauência, o CNA foi declarado ilegal, e seu líder, Nelson Mandela, foi preso em 1962 e condenado à prisão perpétua.

Além disso, com o fim do império português na África (1975) e a queda do governo de minoria branca na Rodésia, atual Zimbábue (1980), o domínio branco na África do Sul entrou em crise. Esses fatos intensificaram as manifestações populares contra o apartheid. Diante da pressão internacional o presidente Piter Botha promoveu reformas, mas manteve os principais aspectos do regime racista.

Somente com a posse de Frederick de Klerk na presidência, em 1989, que algumas mudanças passaram a acontecer. Em 1990, Mandela foi libertado, e o CNA recuperou a legalidade. Klerk revogou as leis raciais e iniciou o diálogo com o CNA. Sua política foi legitimada por um plebiscito só para brancos, no qual 69% dos eleitores (brancos) votaram pelo fim do apartheid. Klerk e Mandela ganharam o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Em abril de 1994, Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul nas primeiras eleições multirraciais do país.

Dentro dessa perspectiva de mudança, o Parlamento aprovou a Lei de Direitos Sobre a Terra, restituindo propriedades às famílias negras atingidas pela lei de 1913, que destinou 87% do território à minoria branca. As eleições parlamentares de 1999 foram vencidas pelo candidato indicado por Nelson Mandela, Thabo Mbeki, descartando qualquer tentativa de retorno a uma política segregacionista no país.

No Brasil, o apartheid suscitou a revolta e o repúdio de muitas pessoas da sociedade. E nesse período diversos artistas colocaram seu trabalho a serviço da solidariedade ao povo da África do Sul, sofrido por um sistema oficial e institucionalizado de segregação racial.

O cantor compositor e poeta Djavan engajou-se nessa luta e uniu sua voz aos africanos e trouxe para um de seus discos"(Meu Lado 1986)", o Hino do Congresso Nacional Africano, "Nkosi Sikelel I-Africa So Bashiya Ba Hlala Ekhaya", que funde com uma canção-hino que trata especificamente da luta dos jovens na África do Sul. E também, a música Soweto do disco (Não é Azul Mas é Mar - 1987), sendo outra canção importante a qual representa um grito contra o poder que escraviza e destrói, na qual ele expõe o sofrimento ante a dor dos menos poderosos.

Vários outros cantores e bandas produziram peças artísticas relacionadas às atrocidades e à opressão sofrida pelo povo da África do Sul. Entre as canções que se destacaram, encontra-se "Biko", do cantor britânico Peter Gabriel, que toma como base o assassinato do líder negro anti-apartheid Steven Biko, em 1977.



A Guerra dos Bôeres

Guerra dos BôeresA Primeira Guerra dos Bôeres foi o conflito entre a Inglaterra e os colonos de origem neerlandesa, francesa e alemã (chamados de Boers, Afrikaners ou Voortrekkers) na África do Sul, entre os anos de 1880 e 1881.

O desencadear da guerra ocorreu devido à anexação por parte da Inglaterra, do território da República do Transvaal, em 1877. As forças boers não aceitaram o fato e atacaram todos os comboios militares ingleses, sendo que em menos de duas semanas, todos os aquartelamentos britânicos estavam cercados por forças boers.

Vendo que não conseguiria a vitória, o governo inglês promoveu um acordo de paz com a República do Transvaal, que passaria a ficar sob a proteção da Inglaterra. Na verdade, os ingleses apenas camuflaram o domínio inglês na região.


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